Fingir ter uma venda nos olhos, algo que lhe feche a boca e
que só se abre para agradar. Ela chora debaixo do chuveiro para ele não escutar
suas lágrimas. Faz súplicas ao silêncio, grita para o longe com a cabeça
voltada em direção à esperança.
Chega o dia ela não vê, chega a noite e ela também não
consegue perceber. Se olhar no relógio vê que perdeu muito tempo e se pergunta
com o quê, por quê? Ela sabe que não está bem. Mas está. Se cala, não murmura.
Tem coisa pior. Um dia muda.
Ela se cansou de conversas que não chegam a lugar nenhum.
Cansou de ouvir desculpas e reclamações, de conselhos e de apontamentos. Ela se
cansou. E quando a gente cansa o que faz recuperar o fôlego? Eu não sei. Às
vezes espera passar o tempo. Espera ele trazer a resposta. Mas hoje, e nos
últimos meses, ela se recupera a todo o momento, a todo silêncio. Eu nem sei
como, mas, mesmo cansada e sem forças, ela me traz esperança. Ela é a minha
semente de fé.
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