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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Único dono

Não suporto quando as pessoas acham que podem possuir as outras, que elas tem único "dono" e que elas lhe pertencem como um objeto.
Nada nesse mundo nos pertence por completo. Tudo pode nos ser tirado de uma hora para outra, assim do nada.
Desculpa, mas não consigo entender esse amor egoísta das pessoas.
Se duas pessoas se amam, elas terão vontade de estar sempre ao lado uma da outra e não será necessário que nada, os prenda para isso. O amor é um sentimento involuntário, eu sei. Já me disseram isso diversas vezes. Mas o fato de estar com quem se ama, deve ser totalmente voluntário. Deve partir dos dois, ser um sentimento (o de pertencer) recíproco.
Do que adianta colocar rédias, viseiras como as de um cavalo em uma pessoa, se ela só está ao seu lado por causa dessas "amarras" que as pessoas fazem? Se a pessoa te ama e quer estar com você, nada, nem ninguém pode tirá-la do seu lado. É uma questão de vontade própria e não de proibição.
Estou cansada de perder amigos porque outras pessoas os etiquetaram com seus nomes. Amizade também é amor, também é necessidade, sabia? Então, por favor pare de tirar das pessoas o direito de viver e de compartilhar a vida.
Se quem você ama também sente o mesmo, este alguém ficará ao seu lado, independente das outras pessoas e por vontade de estar ali. Não por obrigação, por ter que pertencer e "ser" de uma pessoa só.

sábado, 12 de novembro de 2011

Me deixa, que eu vou falar de saudade


Ai saudade sai daqui, me deixa dormir. Para de ficar me atormentando a cada lembrança! Não tem a mínima graça esse meu desejo urgente que não pode ser atendido nem tão cedo, então pode parar por aqui.

Se você não entende, do que estou te falando vou explicar, ou melhor, detalhar.
Sabe quando você ouve uma história engraçada e sente vontade de contá-la para "aquela" pessoa, mas não pode (por 'N' motivos) e então fica triste de novo? Pois é, saudade.
Quando você começa a ver, no rosto de outra pessoas, o rosto dele(a). Ê saudade, como apronta!
Está andando quando o vento vem e traz com ele, aquele perfume que é impossível esquecer. Você olha para todos os lados, mas não encontra o "responsável" pelo cheiro que você procurava. Saudade malvada, essa dá até um aperto no peito.
Aquela música. Aaaah, aquela música começa a tocar na rádio ou "surge" na sua playlist e te faz voltar aos melhores momentos. Putz! Era nossa música, que eu costumava gostar... Agora, ela só machuca.
A mensagem, a conversa gravada, o bilhetinho, carta, e-mail tanto faz. São as palavras que te levam ao começo de tudo, a história toda... Do primeiro ao último beijo. E você fica se martirizando para tentar entender por que não estão mais juntos... Saudadeeeeeeee!
É o aperto no peito que te paralisa por instantes, a tristeza repentina, a lágrima que surge e você só percebe que ela veio, quando escorre pelo rosto. É a sensação de impotência, de fracasso e frustração. O arrependimento pelo feito e mal feito, a insatisfação e a agônia. É a falta da conversa, do abraço, do afago, do beijo e do aperto. É a saudade minha gente! E ela é bem danada.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Cidadão

Tá vendo aquele edifício moço
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição, era quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado 
"Tu tá aí admirado ou tá querendo roubar"
Meu domingo tá perdido, vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio que eu ajudei a fazer
Tá vendo aquele colégio moço
Eu também trabalhei lá
Lá eu quase me arrebento
Fiz a massa, pus cimento, ajudei a rebocar
Minha filha inocente veio pra mim toda contente
"Pai vou me matricular"
Mas me diz um cidadão:
"Criança de pé no chão aqui não pode estudar"
Essa dor doeu mais forte
Porque que é qu'eu deixei o norte
Eu me pus a me dizer
Lá a seca castigava, mas o pouco que eu plantava
Tinha direito a colher
Tá vendo aquela igreja moço, onde o padre diz amém
Pus o sino e o badalo, enchi minha mão de calo
Lá eu trabalhei também
Lá foi que valeu a pena, tem quermesse, tem novena
E o padre me deixa entrar
Foi lá que Cristo me disse:
"Rapaz deixe de tolice, não se deixe amedrontar
Fui eu quem criou a terra
Enchi o rio, fiz a serra, não deixei nada faltar
Hoje o homem criou asas e na maioria das casas
Eu também não posso entrar"

Composição: Lucio Barbosa.

sábado, 5 de novembro de 2011

Três pontinhos...

Ninguém pode começar de novo, mas qualquer um pode fazer um novo fim.
Chico Xavier

Ele: Psiiiiiiiiiiiiiiu. Larga essa papelada ai e vem cá, vem andar do meu lado!
 - Tá frio aqui fora, viu! Vem, vem logooo!
Ela: Mas ainda tem tanta coisa por fazer... Você não vê? Está tudo bagunçado desde a última vez em que você passou por aqui. Você deixou uma bagunça danada, sabia?! Eu quase não consigo arrumar as coisas, por no seu devido lugar. Aliás, ainda tem muita coisa perdida e colocada de forma errada aqui.
Ele: Eu sei, eu sei! Mas a culpa não foi só minha, ok? Eu disse que não ia conseguir levar tudo comigo sozinho. Quando você sumiu, sem explicação, eu não soube o que fazer. Não consegui carregar minhas tralhas comigo!
Ela: Sumi.
- E sabe de uma coisa? Sumi, pois a tormenta que isso se tornou, me cegou. Não conseguia encontrar o caminho de volta. O Katrina passou por aqui, enquanto você decidia o que queria para nós.
- As pessoas viviam me perguntando, o por que da expressão de vazio e tristeza no meu rosto. E sabe o que eu respondia? Colocava o meu sorriso mais falso na cara e dizia: Que tristeza? hahaha Tô feliz e você?
- Sempre pulando pro próximo assunto. Tentando mudar o foco, que infelizmente, nos últimos dias era a minha falta de explicações sobre o que sentia. Como explicar algo, que pra mim, era tão vazio e confuso quanto o que eu sentia...
Ele: Eu sinto muito por tudo o que te fiz passar, no final das contas, sozinha! Me perdoa, por favor? Eu tenho saudades mórbidas do que já fomos e tenho mais saudades ainda, de tudo o que ainda podemos ser.
- Me dá mais uma chance?
(suspiros)
(silêncio)
Soltou o ar que havia prendido com toda a força, tentando manter a calma e disse ela, com voz de desistência:
- Entra e pega aquele papelzinho que o vento está tentando levar, vai! Já cansei de ir atrás dele! Ele só fica quando você está.